absoluta

ando
sem dúvida
na vida.

e só
de certezas
me calço.

muito embora
todas elas
sejam muito

duvidosas.

infinitamente

comigo não tem essa de ser oito ou oitenta.
só reconheço-me oitenta.

dura na queda

[...]

o sol ensolarará a estrada dela
a lua alumiará o mar
a vida é bela
o sol, a estrada amarela
e as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

bambeia
cambaleia
é dura na queda
custa a cair em si
largou família
bebeu veneno
e vai morrer de rir

vagueia
devaneia
já apanhou à beça
mas para quem sabe olhar
a flor também é
ferida aberta
e não se vê chorar

o sol ensolarará a estrada dela
a lua alumiará o mar
a vida é bela
o sol, a estrada amarela
e as ondas, as ondas, as ondas, as ondas

[...]

*o chico falou

bailarina

vruuuuuum!
é mais uma flecha travessa que atravessa.

bum.bumbum.bumbum-bumbum-bumbum.
o ritmo é cadente.
e eu conheço essa dança.

terra da garoa

antes de escovar os dentes, climatempo:

pouco sol com muitas nuvens.
chove fraco à qualquer hora.

o parque

hoje faz frio, sol e saudade.

e sem o teu calor, o parque.

constatação

paquerar em são paulo é tarefa árdua.
nunca se sabe se o caba é frango, ou só paulista mermo.

tentadora

o bom é que eu não precisei nem pousar em guarulhos para me sentir na terrinha da garoa. meu vizinho de vôo cuspia feito um condenado.
(dizem por aí que costumo ter uma visão otimista das coisas.
eu tento.)
não bastasse isso, era corinthiano, claro.
seu sotaque, uma mistura de marcos mion e faustão,
ambos gripados.
ainda tentei.
pedi-lhe uma indicação e, talvez pelas olheiras adquiridas na noite passada, achou que fosse "curtir uma ida à avenida europa para olhar as motos".
putz, pensei.
e quando já estava alcançando meu ipod dentro da bolsa, eis que ele me puxa da sua, duas canecas com o escudo rubro-negro: "o leão do norte. adoro esse time."

é como dizem por aí. quem tenta, sempre alcança.